Novembro 2025
No âmbito da COP30, que se realiza em Belém, Brasil, entre os dias 10 e 21 de novembro, a indústria da ciência das culturas reafirma seu compromisso com a sustentabilidade e a segurança alimentar, destacando como a inovação agrícola é a chave para enfrentar os desafios das mudanças climáticas.
As empresas representadas pela CropLife Latin America oferecem soluções que fortalecem a segurança alimentar e ajudam os agricultores a se adaptarem às mudanças climáticas. Através de pesquisa, inovação e adoção de tecnologias, a agricultura moderna está contribuindo ativamente para a mitigação de emissões, regeneração dos solos e captura de carbono — fazendo do campo uma parte vital da solução climática, assegura José Perdomo, presidente da CropLife Latin America.
Agricultura de precisão e tecnologias climaticamente inteligentes
O uso de ferramentas digitais, dados satelitais e sistemas de apoio à tomada de decisões permite aplicar insumos apenas onde e quando são necessários, otimizando rendimentos e reduzindo o impacto ambiental.
As tecnologias climaticamente inteligentes — como culturas resistentes à seca, bioinsumos e plataformas digitais — fortalecem a resiliência dos agricultores perante secas, chuvas intensas, salinidade e novas pragas derivadas das mudanças climáticas.
Variedades adaptadas ao clima foram alcançadas com tecnologias avançadas de melhoramento vegetal (NPBTs, na sigla em inglês), entre elas a CRISPR/Cas9, que permitem otimizar os genomas das culturas com precisão sem precedentes, superando as limitações de tempo e diversidade genética dos métodos tradicionais de melhoramento.
O potencial das NPBTs para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e salvaguardar a segurança alimentar mundial reside em sua capacidade de integrar métodos modernos de melhoramento com práticas agrícolas resilientes ao clima[1].
“Inovar é adaptar-se: a ciência e a tecnologia agrícola garantem que produtividade e sustentabilidade avancem de mãos dadas. No entanto, são necessárias algumas condições que permitam seu acesso, como harmonizações regulatórias baseadas em critérios científicos, melhor conectividade digital, disposição dos agricultores para adotar novas tecnologias e abertura por parte dos consumidores para modernizar a agricultura,” acrescenta Perdomo.

Dados que evidenciam o impacto da inovação
- Em seis décadas, a inovação agrícola triplicou a eficiência da terra. Em 1960, uma hectare de terra cultivável alimentava duas pessoas; hoje produz alimentos para quase seis, segundo dados do World Bank e da FAO[2].
- Os herbicidas permitem semear arroz a seco, reduzindo até 47 % das emissões de metano[3].
- O Manejo Integrado de Pragas (MIP) pode aumentar mais de 40 % os rendimentos e ajuda a enfrentar novas ameaças agrícolas[4].
- Graças à biotecnologia, evitaram-se 23,6 bilhões kg de CO₂ — equivalente a retirar 15,6 milhões de carros de circulação durante um ano[5].
- O milho resistente à seca reduziu em 81 % o risco de perda de colheitas.
- A redução da aração em ecossistemas secos na Argentina, Brasil e EUA ajuda a conservar água entre 25 e 50 %[6].
- Foram prevenidas emissões de 161 gigatoneladas de carbono desde 1961 por meio de tecnologias agrícolas[7].
Mais alimento na mesma terra:
O uso estratégico de produtos de proteção de culturas — como herbicidas, inseticidas e fungicidas — complementa o MIP e tecnologias de sementes, permitindo recuperar rendimento perdido por pragas e doenças. Esses aumentos de rendimento traduzem-se em produtividade adicional sem ampliar a superfície cultivada, contribuem para a sustentabilidade agrícola e para a mitigação das mudanças climáticas: produzir mais na mesma hectare reduz a pressão sobre novas terras, favorece a eficiência de recursos e integra o controle de pragas em sistemas mais resilientes.
- Os rendimentos globais de cereais quase triplicaram de 1961 até hoje (passando de ~1,4 t/ha para >4 t/ha) sem expansão da fronteira agrícola[8].
- A produtividade agrícola mundial aumentou cerca de 60 % entre 2001 e 2022, segundo a FAO[9].
- Sem inovação seria necessário expandir a fronteira agrícola em 50 [10].
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Esses rendimentos também se traduzem em dividendos ambientais: ao aumentar a produtividade nas áreas cultivadas, os agricultores podem adotar práticas regenerativas que contribuem para o sequestro de carbono e a saúde dos solos.
A inovação agrícola não é opcional — é essencial para enfrentar as mudanças climáticas e garantir a segurança alimentar. A COP30 deve reconhecer a inovação agrícola como uma ferramenta indispensável para cumprir os compromissos de ação climática e segurança alimentar. As empresas da CropLife reafirmam seu compromisso com soluções climaticamente inteligentes que permitam aos agricultores adaptar-se, prosperar e ser parte ativa da ação pelo clima.
1 Hernández Alejandro, Gatica Andrés (2025). New Plant Breeding Technologies for Climate-Smart Agriculture: Enhancing Abiotic Stress Tolerance. https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-981-95-0583-8_18#auth-Andr_s-Gatica_Arias
2 Our World in Data (2023) Total agricultural land use per person https://ourworldindata.org/grapher/total-agricultural-land-use-per-person
World Bank Data (2023) – Arable land (hectares per person)
3 Pittelkow C, Assa Y, Burger M, Mutters R, Greer C, Espino L, Hill J, Horwath W, Kessel C, Linquist B. (2014) Nitrogen Management and Methane Emissions in Direct-Seeded Rice Systems. https://acsess.onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.2134/agronj13.0491
4 Pretty, Jules & Bharucha, Zareen. (2015). Integrated Pest Management for Sustainable Intensification of Agriculture in Asia and Africa. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26463073/#:~:text=countries%20of%20Asia%20and%20Africa,interventions%20from%20pesticide%20industry
5 Brookes G. 2022 Genetically Modified (GM) Crop use 1996-2020 Impact on carbon emissions. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36217947/
6 Science Direct, Derpsch, A.J. Franzluebbers, K. Koeller, T. Friedrich, W.G. Sturny, J.C.M. Sá, K. Weiss. Why do we need to standardize no-tillage research? https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0167198713001992?via%3Dihub
7 Jennifer A. Burney, Steven J. Davis, David B. Lobell, (2010) PNAS, Greenhouse gas mitigation by agricultural intensification. https://www.pnas.org/doi/full/10.1073/pnas.0914216107#con1
8 Our World in Data. (2024). Cereal yield (tonnes per hectare), 1961–2023. University of Oxford, basado en datos de FAO. https://ourworldindata.org/grapher/cereal-yield
9 Land statistics 2001–2022 https://openknowledge.fao.org/server/api/core/bitstreams/fba4ef43-422c-4d73-886e-3016ff47df52/content#:~:text=2000–2022-,FAOSTAT%20Analytical%20Brief%2079,smallest%20increase%20(31%20percent)
10 Jennifer A. Burney, Steven J. Davis, David B. Lobell, (2010) PNAS, Greenhouse gas mitigation by agricultural intensification. https://www.pnas.org/doi/full/10.1073/pnas.0914216107#con1















